Orçamento para 2026 está desalinhado das necessidades da economia regional, afirma PS/Açores

PS Açores - Há 5 horas

O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Carlos Silva, afirmou hoje que o Plano e Orçamento da Região para 2026 “está desalinhado com as necessidades reais da economia açoriana”, falhando na capacidade de contrariar o abrandamento económico previsto no próprio cenário macroeconómico do Governo.

Segundo o socialista, “é um paradoxo e uma contradição flagrante que aquele que é apresentado como o maior orçamento de sempre não consiga acelerar o crescimento económico, nem promover a convergência dos Açores com a média nacional”.

Carlos Silva denunciou ainda a ausência de um plano de contingência para responder à situação de “quase colapso da SATA”, uma das principais ameaças à mobilidade, ao turismo e à economia da Região. Paralelamente, apesar da queda das exportações e do abrandamento da atividade económica, “o Governo opta por cortar nos apoios à exportação e à internacionalização, eliminando inclusivamente a ação dedicada ao acesso aos mercados”.

O deputado socialista criticou também os retrocessos na Agricultura e nas Pescas, setores para os quais o Executivo continua a multiplicar promessas, enquanto o Orçamento “evidencia cortes significativos que vão travar a modernização agrícola e o fomento da pesca sustentável”.

No turismo, Carlos Silva sublinhou que, perante a redução nas dormidas e a falta de ordenamento no setor, “o Governo corta as verbas para a promoção turística, insiste em medidas avulsas sem visão estratégica, não apresenta propostas para combater a sazonalidade e continua sem qualquer referência ao novo POTRAA”.

O socialista considerou igualmente grave que o documento não dê resposta ao volume dívidas e apoios em atraso, como os sistemas de incentivos ao investimento privado e os programas de manutenção do emprego, ainda referentes ao período da COVID-19.

“É ainda preocupante confirmar que, no final deste orçamento e da aplicação das verbas do PRR, a economia regional estará mais dependente e menos resiliente, o que demonstra um planeamento e uma execução errada das verbas comunitárias”, disse o deputado, acrescentando que o caso da recapitalização empresarial é um bom exemplo disso: “os instrumentos financeiros desenhados pelo Governo Regional, em parceria com o Banco de Fomento, não estão ajustados ao tecido empresarial açoriano e dificilmente farão chegar os 125 milhões de euros à economia regional”.

“Este é o sexto orçamento da coligação e de José Manuel Bolieiro. O seu legado é claro: maior dependência do exterior, redução da autonomia financeira, dívida recorde na ordem dos quatro mil milhões de euros e um afastamento crescente face à média nacional”, concluiu Carlos Silva.

 

Horta, 07 de novembro de 2025